O presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), definiu o palanque da oposição nas eleições 2022, ao antecipar o seu apoio ao ministro Rogério Marinho (sem partido) para o Senado da República. Por gravidade, o rompimento político com a governadora Fátima Bezerra (PT) é questão de tempo.
Esse processo é natural na dinâmica da política. O palanque da governadora em 2022 não cabe Ezequiel, nem o de Ezequiel cabe Fátima Bezerra. A governadora tem um candidato natural ao Senado que é Jean Paul Prates (PT); e Ezequiel tem uma parceria consolidada com Rogério Marinho para o Senado da República.
Ezequiel foi importante na campanha vitoriosa de Fátima em 2018, quando desembarcou no palanque no segundo turno das eleições. Fátima reconheceu a sua importância e o levou para o discurso da vitória. No primeiro ano de gestão, em 2019, Ezequiel mostrou-se fiel e sustentou os projetos do governo encaminhados ao Legislativo. Por gravidade, ocupou espaços na máquina estadual e até hoje ainda mantém posições importantes.
Cada um é consciente do que foi e do que será. Fátima e Ezequiel construíram uma relação de respeito e de confiança. Os novos projetos político-eleitorais não destroem essa relação. Cada um seguirá o caminho, sem mágoas, sem ressentimentos, e eles podem naturalmente se reencontrarem em outro momento.
Pois bem.
Ezequiel Ferreira fez a sua opção de caminhar com a oposição. Poderá, inclusive, ser candidato a governador, se ele entender que é possível vencer Fátima Bezerra nas urnas. E a governadora, com candidatura à reeleição viabilizada, conforme mostram as pesquisas, vai construir o seu palanque com novos aliados.
Por César Santos