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Vilma se afastou do cargo para ser candidata |
Já se foi o tempo em que lugar de polícia era exclusivamente no quartel. Os profissionais de segurança pública superaram essa barreira e alcançaram cargos eletivos na política brasileira. Atualmente, já são diversos os representantes das forças policiais presentes no cenário político nacional. O próprio Rio Grande do Norte tem nomes como o senador e policial militar Styvenson Valentim, e o deputado estadual Coronel Azevedo.
Mas, como se dá a presença de profissionais da segurança pública no campo da política? Para entender essa questão, a reportagem conversou, através de e-mail e redes sociais, com três representantes da segurança pública potiguar que concorrerão nas eleições municipais deste ano. Também entrevistamos um professor de Direito, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), para aprofundar a discussão e compreender melhor o assunto.
Para a policial penal Vilma Batista, que se afastou da presidência do Sindicato dos Policiais Penais do Estado (SINDPPEN-RN) para ser pré-candidata à vereadora em Natal, a ideia de concorrer às eleições surgiu de uma necessidade de mudança e de um desejo de estar frente à política. Ela conta que a candidatura dela é fruto de “um projeto coletivo”, oriundo da Federação Nacional da categoria.
Segundo ela, a entidade chamou a atenção para a importância do empoderamento político dos profissionais da área. Vilma lembrou que a categoria já conta com deputados em nível nacional e representantes em prefeituras e câmara municipal, mas, que ainda precisa de mais. “O sistema prisional é um tema abordado, mas, muito esquecido. Queremos levar à população nossa proposta não só em relação ao sistema prisional, mas, a segurança como um todo”.
Vilma destacou alegadas contribuições da Polícia Penal, antigamente denominada de Agente Penitenciário, para a segurança pública em geral, ao citar aspectos como manutenção da ordem e disciplina no sistema prisional; e com isso até ajudar, segundo ela, os colegas de outras corporações a diminuir o índice de insegurança, ao controlar o ânimo das facções criminosas. “Esse trabalho precisa continuar aqui fora. E são com essas políticas de segurança que nós queremos levar para as comunidades”, finalizou.
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Subtenente Eliabe Marques |
Após quase 30 anos de atuação na Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN), o subtenente Eliabe Marques (foto acima) decidiu entrar na política. O oficial até se licenciou da presidência da Associação dos Subtenentes e Sargentos e Bombeiros Militares do RN (ASSBPMRN) para poder se candidatar a vereador em Natal.
O subtenente conta que a ideia de ser vereador realmente surgiu depois de 28 anos servindo aos potiguares como PM. “A minha pré-candidatura à Câmara Municipal de Natal foi motivada pela missão assumida de continuar trabalhando em defesa de uma segurança melhor para todos nós. Quero levar para dentro do parlamento municipal o debate sobre um tema tão relevante que é a segurança pública”, afirmou.
Ele disse ainda que o fato de ter 28 anos de atuação na segurança o credencia a ter essa área como principal tema de campanha. “Vou mostrar que combate à violência não é competência apenas do Estado, mas que o município pode e deve tomar medidas preventivas neste sentido. Uma boa manutenção da cidade contribui para a inibição da criminalidade. Vou atuar na fiscalização em prol de uma boa estrutura da cidade (revitalização de áreas degradadas; iluminação pública; paisagismo; acessibilidade; viadutos; escolas e etc.) e pelo fortalecimento da Guarda Municipal”, projeta.
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Neilton Arruda - Policial civil |
“A segurança será minha bandeira principal, que a nível municipal políticas podem ser implantadas voltadas principalmente aos jovens, com objetivo preventivo”. A declaração é do policial civil do Rio Grande do Norte, Nilton Arruda (foto acima) , que se afastou da presidência do Sindicato de Policiais Civis e Servidores da Segurança do RN (SINPOL-RN) para se candidatar a vereador em Natal.
Arruda disse que há uma orientação da Confederação Brasileira de Policiais Civis para os integrantes terem uma carreira política com intuito de empoderamento da categoria e, consequentemente, implantação de políticas de segurança pública para a melhoria do bem-estar da sociedade brasileira. Segundo o policial civil, outras bandeiras da campanha dele, além da segurança pública, serão a promoção de atividades socioculturais para que os jovens fiquem longe das drogas e adquiram uma cultura de paz no trânsito.
“Os jovens são as principais vítimas do trânsito, a preservação de vidas é uma meta que sempre deve ser pautada por todos”, afirma Arruda, chamando atenção também para a necessidade de uma melhor estrutura para os espaços de acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica. Ele contou ainda que ficar longe das atividades no sindicato e na Polícia Civil, neste período de pré-campanha, “causa muito desconforto, pois se distanciar do que se gosta é difícil”.
O policial civil disse também acreditar que compensará essa ausência na instituição, contribuindo para a melhoria da estrutura de segurança pública e na diminuição da violência com ações políticas. “Posteriormente, a legislação estabelece que a função de vereador, para a qual eu estou me colocando como pré-candidato, possibilita manter as atividades de servidor público havendo compatibilidade de horário”, explicou.
Créditos da reportagem: Fábio Vale do Defato.com